A história oral é uma metodologia de pesquisa qualitativa que consiste em realizar entrevistas induzidas, estimuladas e gravadas, com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea. Pode utilizar música, literatura, lembranças, fontes iconográficas, documentação escrita, entre outros recursos, para estimular a memória. A qualidade da entrevista vai depender do envolvimento, da subjetividade e do espírito crítico do próprio entrevistador.
Como se trata de um conjunto de procedimentos e técnica relativamente novos, o principal desafio que os profissionais encontram é definir o seu conceito pela diversidade de visões e aplicações. Podemos citar seis das tendencias mais significativas:
A História das Elites é iniciada com projetos que visam entrevistar pessoas “significantes” da sociedade e da política, retratando a sua história e elegendo os informantes de acordo com o papel desempenhado nos acontecimentos;
A História Oral Historicista é uma tendência surgida como possibilidade de “recuperar” toda uma sociedade passada. A documentação oral é utilizada como possibilidade de preencher “lacunas” no “resgate” dos fatos históricos do passado;
A História dos Vencidos dedica-se a resgatar a História dos movimentos sociais ou políticos que tiveram suas demandas vencidas e perseguidas, em muitos casos quase se apagando da história;
Gente Comum trabalha na fronteira entre a história e a antropologia, objetivando voltar-se às pessoas comuns marginalizadas social e economicamente. Trata-se de uma história militante, que não se detém em apenas constatar a realidade, mas objetiva mudá-la;
A História Oral Metalinguística é caracterizada mais pelo valor do depoimento oral do que da informação nele contida. Nesse caso, a atenção é dada não só́ aos conteúdos da memória, mas também à forma com que essas memórias foram narradas; por fim, as tendências arquivística e biográfica, empregadas por instituições e pesquisadores, objetivando a formação de arquivos orais, que poderão ser utilizados por historiadores no futuro.
A metodologia de história oral é importante, porque a atitude e o propósito do homem é criar histórias. Dessa forma, a espécie homo sapiens não se distingue na natureza somente por suas propriedades biológicas, mas também pelas suas propriedades sócio-históricas. Ao mesmo tempo em que somos produto da sociedade, também somos criadores dela.
SANTOS, Jurandir. Educação: desafios da atualidade. São Paulo: Editora Compacta, 2012, 61-62.
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