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Foto do escritorJurandir Santos

O docente da educação profissional

Atualmente, o novo panorama mundial requer uma educação profissional diferenciada e, consequentemente, do professor desse tipo de educação são exigidos determinados perfil e habilidades que lhe confiram as competências para atuar com os seus alunos.


Todavia, considero importante lembrar que antes de tudo, educação profissional é educação e como tal, apresenta pontos em comum entre os docentes da Educação Profissional e os da Educação Básica que são:

  • administrar e dirigir situações de aprendizagens;

  • administrar a progressão da aprendizagem de seus alunos;

  • administrar a heterogeneidade e a diversidade, pois não existe aluno padrão, aluno médio;

  • ampliar o espaço educativo para além da sala de aula;

  • utilizar metodologias, estratégias de ensino e materiais de apoio à aprendizagem que conduzam seus alunos ao desenvolvimento da própria capacidade de aprendizagem, com crescentes graus de autonomia intelectual;

  • desenvolver hábitos de colaboração e saber trabalhar em equipe, pois o trabalho educacional é essencialmente interdisciplinar;

  • participar da concepção, elaboração, execução, avaliação e replanejamento da proposta pedagógica da sua instituição de ensino e administrar a sua própria formação pessoal e profissional.


No que se refere às especificidades da Educação Profissional, o professor não está lidando com crianças. Está trabalhando com jovens e adultos. São pessoas que já trazem na bagagem uma série de saberes, em termos de conhecimentos, fazeres, habilidades, atitudes e valores e querem desenvolvê-los. Os alunos procuram desenvolver competências profissionais que os conduzam a um desempenho profissional competente, seja adquirindo um novo emprego, desenvolvendo uma nova atividade, progredindo em sua atividade profissional, conseguindo promoção ou algo similar.


O aluno da educação profissional não quer apenas aprender a fazer. Ele quer saber por que está fazendo dessa maneira e não, de outra. Ele quer saber os fundamentos científicos e tecnológicos do seu fazer, para que ele possa, antes de um novo desafio profissional ou diante de uma dificuldade, escolher o caminho a trilhar, buscar intencionalmente o que fazer para resolver o problema e demonstrar competência profissional, com maior grau possível de autonomia; É essencial, portanto, que o docente de educação profissional tenha boa experiência profissional, seja competente naquilo que faz e sabe fazer e tenha intencionalidade nisso, o que exige desse professor permanente atualização para que tenha condições de estimular e motivar os seus alunos para a necessidade de contínuo aprendizado.


É importante desenvolver a capacidade de aprendizagem, pois, motivar e promover esse desenvolvimento são uma das suas tarefas. Na educação profissional, a função do professor acaba por agregar duas necessidades fundamentais: de conhecimento específico da profissão na área técnica em que atua e de saberes pedagógicos básicos da profissão docente, ou seja, além de se ater às questões didático-pedagógicas, deve conhecer os saberes técnicos referentes às profissões que vai desenvolver junto com os seus alunos. O papel formativo da escola ao preparar os alunos para o mundo do trabalho inclui a especialização e a preparação para o mercado do trabalho, mas não podemos esquecer a formação do indivíduo para, através da cidadania, exercer os seus direitos e os seus deveres.


Hoje a educação, já superou a simples tarefa de ensinar e aprender a ler e a escrever, o grande desafio agora é o de desenvolver competências que proporcionem aos alunos, sentimentos de cidadania, de apreço aos ideais coletivos, de homem revolucionário, capaz de perceber e de buscar soluções para os problemas da sua época, preparado, portanto, para o mundo do trabalho.


E para que esses alunos sejam realmente transformadores da sua realidade, é inevitável o papel ativo do docente de propiciar visão mais aberta de mundo, de envolvê-los nos problemas sociais da sua época e das possibilidades de crescer e se desenvolver e de acreditar nas suas potencialidades.


Por fim, lembrar que nós, educadores, lidamos com os sonhos dos nossos alunos: sonhos de aceitação e de reconhecimento, sonhos de um futuro e de um mundo melhor, de uma sociedade mais digna, mais humana e mais fraterna. Inevitavelmente vamos sempre nos deparar com os limites que estão por ai, não podemos negá-los. Mas podemos nos assegurar de que esses limites existem sim, mas para serem superados. Não devem ser vistos como obstáculos instransponíveis, mas como desafios a serem enfrentados. E o tempo do limite é o mesmo da possibilidade.


SANTOS, Jurandir. Educação: desafios da atualidade. São Paulo: Editora Compacta, 2012.

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